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OHB no tratamento de vítimas de queimadura térmica

A queimadura térmica pode impactar drasticamente na qualidade de vida dos pacientes afetados e ainda é um grande fator de morbidade e mortalidade. Geralmente, a recuperação é lenta e seguida de complicações como infecções e úlceras.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras - SBQ, um milhão de novos casos de queimaduras acontecem no Brasil a cada ano; 200 mil são atendidos em serviços de emergência e 40 mil necessitam ser hospitalizados. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de um milhão de reais são gastos mensalmente com essas internações.

Definir o procedimento ideal nos casos de queimaduras é um desafio, sendo o tratamento precoce um importante influenciador para a redução da taxa de mortalidade. Entre as atuais terapias estão a reposição de fluidos agentes tópicos para alívio da dor e com efeito limitante da perda direta de fluidos e do desenvolvimento bacteriano. Nas últimas duas décadas, a oclusão de feridas profundas tem melhorado e prevenido o quadro de infecções em casos de queimaduras extensas. Quando a oclusão não é uma opção, são utilizados os substitutos cutâneos temporários. A Oxigenioterapia Hiperbárica (OHB) também tem sido direcionada como tratamento adjuvante nestes casos.


A primeira vez que a OHB foi notada como aceleradora da cicatrização de queimaduras térmicas de segundo grau ocorreu em 1965. Na ocasião, Ikeda e Wada tratavam um grupo de mineradores de carvão vítimas de envenenamento por monóxido de carbono e perceberam uma rápida recuperação, o que os motivou a iniciarem uma série de pesquisas com animais, que apresentaram redução do edema confirmando a aceleração da cicatrização. A publicação do estudo japonês estimulou o interesse de novas pesquisas em cobaias em outros países, obtendo resultados muito favoráveis.

Desde então, a OHB vem sustentando as evidências da eficácia como auxílio na regeneração de peles lesionadas, combatendo processos infecciosos, estimulando novos vasos sanguíneos e colaborando na adaptação e integração de enxertos na pele.

Contudo, adotar alguns critérios técnicos é fundamental para o sucesso da aplicação da OHB no tratamento de vítimas de queimadura. Caso o procedimento seja equivocado e o protocolo ruim ou limitado, seus resultados também serão. O oxigênio hiperbárico deve ser indicado o mais rápido possível, ainda nas primeiras horas subsequentes ao trauma térmico e não dias após o ferimento.

Na fase aguda, devem ser realizadas duas sessões diárias de OHB, com 105 minutos de duração, sendo 90 minutos a uma pressão de 2,4 atmosferas absolutas. Em crianças o tempo de tratamento é 45 minutos à pressão de 2,0 ATA. O total de sessões realizadas dependerá de uma série de fatores, mas geralmente varia entre 15 e 30 sessões. Em casos especiais, até 50 sessões.


De modo geral, a OHB ocupa um papel de grande relevância no tratamento de vítimas de queimaduras térmicas e elétricas, sendo uma das indicações formais do Conselho Federal de Medicina (Resolução 1457/95), da Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica (SBMH).


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